Debate, embate ou combate

19/09/2024 às 06h50

Cathierine Hoffmann - Jornalista

Cathierine Hoffmann - Jornalista

Jornalista, formada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Comunicadora multimídia, assessora de imprensa e editora reponsável do Expressão Regional

Debate, embate ou combate
Debate, embate ou combate

Os debates são momentos cruciais em uma eleição. Mediados pelos meios de comunicação, são maneiras de tirar os candidatos da zona de conforto e confrontá-los com os questionamentos que muitas vezes não serão versados em suas campanhas. Pelo menos na teoria. O que vemos na prática é a falta de aproveitamento do espaço pelos candidatos para debater propostas. Transformam a ágora em ringue. O debate em combate. Vence quem vai pra lona. Mas os perdedores somos todos nós, eleitores.

Não precisamos nem usar a metáfora do boxe para deixar claro que estão transformando esse espaço de ideias em batalha. O caos mais evidente tem sido os debates entre os candidatos de São Paulo. Pablo Marçal e Datena exemplificaram isso com a dantesca imagem da cadeirada. A repercussão foi instantânea. Vai ser meme eterno. Dá pra rir, claro que dá. Mas no frigir dos ovos, é no mínimo repulsivo. Candidatos a prefeito de São Paulo. Gente...

 

 

Salvador do Sul também teve debate na semana passada. A primeira vez que a rádio comunitária do município realiza debate. Na última eleição municipal mediei debates através da rádio comercial aqui do município, mas um candidato a prefeito da época não quis participar, e por isso Salvador do Sul ficou sem debate em 2020.  Conduzi então debates dos candidatos a prefeito de Maratá, Barão e São José do Sul. Levei em consideração na época sobretudo as dúvidas dos eleitores. Foi grande a participação da comunidade. Perguntas ácidas, também tivemos. Mas a maioria eram questionamentos válidos dos cidadãos. Optei na época em não realizar a rodada de perguntas entre os candidatos. E semana passada lembrei o porquê.

 

No debate salvadorense tivemos quatro rodadas. Apresentação, perguntas entre os candidatos, perguntas dos ouvintes e considerações finais. Adivinha quando saíram as farpas? Nas perguntas entre os candidatos, evidentemente. Outra característica clara foi os dois candidatos de oposição, estrategicamente, dirigindo suas perguntas ao candidato da situação em unidade. Faz parte do jogo. O que não pode ser tolerado são as agressões verbais, ou as vias de fato, como em São Paulo. Se os candidatos não conseguem manter um nível mínimo de civilidade, como podem convencer a população de que estão preparados para conduzir uma cidade?