Inteligência emocional e regulação das emoções na escola

19/02/2025 às 08h21

Anderson Zirbes

Anderson Zirbes

Psicólogo clínica de orientação analítica formado pela universidade luterana do Brasil. Atendimentos presenciais e online. Email andersonzirbes@gmail.com - Whatsapp 51 999607493.

Inteligência emocional e regulação das emoções na escola
Inteligência emocional e regulação das emoções na escola


O retorno às aulas é um período que pode despertar diversas emoções em crianças e adolescentes. Expectativas, inseguranças, ansiedades e o reencontro com colegas e professores são experiências que exigem um repertório emocional bem desenvolvido. Nesse contexto, o desenvolvimento da inteligência emocional e das habilidades socioemocionais torna-se essencial para a adaptação e o bem-estar dos estudantes.
O conceito de inteligência emocional foi popularizado por Daniel Goleman (1995), que o definiu como a capacidade de reconhecer e gerenciar as próprias emoções, assim como compreender e influenciar as emoções dos outros. Essa habilidade é fundamental para o desenvolvimento social e acadêmico, por influenciar diretamente a capacidade de resolver conflitos, tomar decisões e manter relações saudáveis. Segundo Mayer e Salovey (1997), a inteligência emocional compreende quatro domínios principais: percepção emocional, que é reconhecer emoções em si e nos outros; facilitação emocional, que envolve o uso das emoções para facilitar o pensamento e a tomada de decisão; compreensão emocional, que significa entender as causas e consequências das emoções; e regulação emocional, que trata da capacidade de gerenciar as emoções de maneira eficaz.
A regulação emocional refere-se à capacidade de gerenciar as emoções adaptativamente. Num ambiente escolar, isso significa que os alunos precisam aprender a lidar com frustrações, ansiedade, pressão acadêmica e conflitos interpessoais sem que esses fatores prejudiquem seu aprendizado e bem-estar. Estudos mostram que crianças e adolescentes que desenvolvem estratégias eficazes de regulação emocional apresentam maior engajamento escolar e melhores relações sociais (Eisenberg et al., 2010). Quando os alunos aprendem a nomear e compreender suas emoções, eles são mais propensos a encontrar soluções construtivas para os desafios diários.
Portanto, é de suma importância reconhecer as habilidades socioemocionais, já que estão diretamente ligadas ao sucesso acadêmico e pessoal. Conforme a Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning (CASEL), essas habilidades incluem autoconsciência, que é reconhecer emoções, pensamentos e valores; autogestão, que consiste em regular emoções e comportamentos para atingir objetivos; consciência social, que envolve entender e respeitar perspectivas diferentes; habilidades de relacionamento, que ajudam a manter relações saudáveis e respeitosas; e tomada de decisões responsável, que trata da escolha de ações com base em valores éticos e consequências. O desenvolvimento dessas habilidades auxilia os alunos a lidarem melhor com desafios acadêmicos, contribuindo para um melhor desempenho escolar e um ambiente de aprendizagem mais harmonioso (Durlak et al., 2011).
A escola tem um papel fundamental na promoção da inteligência emocional e do desenvolvimento socioemocional dos alunos. Professores que adotam estratégias para incentivar a expressão emocional, como momentos de conversa sobre sentimentos e dinâmicas de resolução de conflitos, contribuem para um ambiente mais acolhedor e produtivo. Além disso, o apoio da família é essencial. Pais que estimulam o diálogo aberto sobre emoções e ensinam estratégias de regulação emocional, ajudam seus filhos a se tornarem mais resilientes e preparados para os desafios da vida escolar. Pais, expliquem que ser alto, baixo, gordo, preto, ter TDAH, TEA, ou outras diferenças não são motivos para fazer chacotas. Não há nada de errado em usar o mesmo tênis diariamente, uma mochila usada carrega sonhos, assim como uma mochila nova. Ensinem os filhos a não excluir ninguém, bullying destrói e deixa marcas e jamais pode ser aceitável no ambiente escolar. Lembrem que a escola vai muito além de um lugar onde só se aprende, a escola é um lugar socializador, onde o aluno, além de evoluir intelectualmente, também aprende a ser uma pessoa melhor, e não para se exaltar humilhando os outros. Um ambiente escolar que valoriza essas competências contribui para a formação de indivíduos mais conscientes, empáticos e preparados para a vida em sociedade. Assim, tanto a escola quanto a família têm um papel essencial nesse processo, promovendo o bem-estar e o sucesso acadêmico das crianças e adolescentes.
Você sente que suas emoções ou a do seu filho estão sobrecarregadas? Ansiedade, estresse, desregulação emocional e dificuldades nos relacionamentos podem afetar sua qualidade de vida. A psicoterapia é um espaço acolhedor para compreender seus sentimentos, desenvolver habilidades emocionais e construir uma vida mais leve e equilibrada. Dê o primeiro passo para o seu bem-estar. Agende sua consulta!