Reflexões sobre segurança e respeito no turismo feminino

01/07/2025 às 09h56

Cathierine Hoffmann - Jornalista

Cathierine Hoffmann - Jornalista

Jornalista, formada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Comunicadora multimídia, assessora de imprensa e editora reponsável do Expressão Regional

Reflexões sobre segurança e respeito no turismo feminino
Reflexões sobre segurança e respeito no turismo feminino

A morte de Juliana Marins, uma jovem publicitária de 26 anos que viajava sozinha pela Ásia, é uma tragédia que mexe profundamente comigo. Ela sofreu um acidente durante uma trilha no Monte Rinjani, na Indonésia, e o que mais dói não é só a perda em si, mas o fato de que, segundo relatos, ela foi abandonada pela agência de turismo responsável, que não prestou o suporte necessário nem à vítima, nem à família.

Essa situação revela uma grave negligência e falta de respeito com a vida humana, especialmente com uma mulher negra que buscava viver seu sonho com liberdade.

Ao acompanhar as notícias e opiniões que circularam na internet, sinto que o caso de Juliana expõe uma face cruel da sociedade: aquela que questiona quem tem o direito de sonhar e de se aventurar livremente. Mulheres negras, muitas vezes, são invisibilizadas e colocadas em situação de vulnerabilidade, até mesmo em espaços públicos e turísticos. A falta de infraestrutura adequada para o resgate e a desorganização das equipes locais só reforçam a ideia de que, para muitas, sonhar pode ser um risco ainda maior.

É revoltante pensar que uma vida poderia ter sido salva se houvesse mais responsabilidade, preparo e empatia. O abandono da Juliana após o acidente não foi apenas um erro operacional, foi um sinal de desrespeito e descaso que não podemos aceitar. Precisamos cobrar das autoridades locais e internacionais medidas concretas para garantir segurança e apoio real a turistas, especialmente mulheres, para que seus sonhos não sejam interrompidos por falta de cuidado.

Mais do que lamentar, acredito que esse episódio deve servir como um alerta urgente para que haja mudanças estruturais. Que as próximas aventuras, os próximos sonhos, possam ser vividos com dignidade, respeito e, sobretudo, com a certeza de que ninguém será deixado para trás. Porque o direito de sonhar deve ser livre e seguro para todos.