Por que fazer psicoterapia
02/04/2025 às 10h46

Fabiane Kemmerer
Psicóloga crp 07/13799 Mestre em Saúde Coletiva Especialista em Terapia Terapia Cognitivo-Comportmental

Por que pensar antes de agir certamente oportuniza atitudes mais assertivas. Entender como e de onde vêm nossos pensamentos, a forma como eles ocorrem na nossa mente faz parte da psicoterapia que é um forte aliado para este autoconhecimento.Na psicoterapia começamos a entender como funciona nossa mente, e cada mente é única, cada um de nós tem uma forma de pensar diferente que está relacionada as nossas crenças. Estas são desenvolvidas desde nossa infância e pode ser muito oportuno conhecê-las. Por exemplo, se eu tenho uma crença de que eu sou inaceitável e uma amiga cruza do outro lado da rua sem me cumprimentar, é grande a chance que esta minha crença contribua para formação de pensamentos do tipo: ‘Ela não gosta de mim; ela não quer a minha amizade, ela não me aceita como amiga.’ Um ponto importante na terapia é que passamos a conhecer e entender os pensamentos que se passam na nossa mente e mais importante ainda: verificar a veracidade deles. Por exemplo, pode ser que essa amiga que não me cumprimentou estivesse distraída, preocupada ou com a cabeça no mundo da lua, mas como tenho essa crença de inaceitabilidade gerou-se de forma automática os pensamentos mencionados anteriormente. A partir desse autoconhecimento trabalhamos para verificar se estes pensamentos são realísticos ou estão relacionados as crenças disfuncionais.Então diante de uma situação assim e de tantas outras a psicoterapia oferece essa valiosa oportunidade de refletir se uma situação é real ou se está relacionada estritamente a nossa forma de perceber as coisas. Sem sombra de dúvidas, passamos a ser mais justos e precisos em diversas situações. Isto é o desenvolvimento da nossa sensibilidade a partir do autoconhecimento. Há muito ouço que impulsividade é uma forma de agir sem pensar, mas na verdade sempre há um pensamento que precede uma ação. Minha amiga não me cumprimentou então me afasto dela. Sempre há um pensamento, só que ele ocorre de forma tão automática que nem mesmo o percebemos. Na terapia consigo verificar que minha amiga não me cumprimentar desencadeou um pensamento automático de que ela não gosta de mim que fez com que eu sentisse tristeza, e tudo isso relacionado a crença de que eu sou uma pessoa inaceitável. É assim que destrinchamos a nossa cognição. Crença central (sou inaceitável), pensamento automático (ela não quer minha amizade), emoção (tristeza) e comportamento (afastar-se da pessoa). Verificar o que se passa na nossa mente e se o que se passa é verdadeiro certamente é um grande antídoto à impulsividade, o sentir e agir. E ao ampliar esta visão abrir-se-á a percepção de forma mais clara, realística e justa para tomada de atitudes mais assertivas e sensatas. Não existe um jeito certo de pensar, existe um jeito de pensar, e ao conhece-lo teremos a oportunidade de nos guiarmos em bases mais sólidas de evolução e crescimento nos diversos caminhos da vida.