RS registra alta nos casos de imagens de abuso sexual infantojuvenil: alerta para os rastros deixados na internet

O Rio Grande do Sul tem enfrentado um aumento significativo nos registros de casos relacionados a imagens de abuso sexual infantojuvenil. Somente nos primeiros seis meses de 2025, foram contabilizados 49 registros desse tipo de crime, envolvendo armazenamento, produção ou compartilhamento de imagens de abuso sexual infantojuvenil. Em comparação, no mesmo período de 2024, haviam sido 45 registros, e em 2022, apenas 15. Esse crescimento reflete uma tendência observada desde 2022, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública do Estado.
Especialistas apontam diversos fatores que contribuem para esse aumento. O maior uso da internet por crianças e adolescentes, aliado ao aprimoramento das capacidades investigativas das autoridades e à implementação de protocolos pelas plataformas digitais para identificar e notificar casos suspeitos, tem facilitado a detecção desses crimes. Além disso, o aumento das denúncias tem desempenhado um papel crucial na identificação e combate a essas práticas criminosas.

Um exemplo recente desse cenário ocorreu no final de junho, quando a Polícia Civil de Passo Fundo, no norte do Estado, descobriu centenas de imagens de abuso sexual infantojuvenil na residência de um investigado de 31 anos. O conteúdo foi encontrado em dispositivos eletrônicos com o auxílio de peritos, resultando na prisão do suspeito.
A delegada responsável pela investigação enfatizou que ‘tudo que é feito na internet deixa algum tipo de rastro’, destacando a importância da vigilância digital e da colaboração entre as plataformas online e as autoridades para combater eficazmente esse tipo de crime.

Desde o início de 2022, foram registrados 246 casos desse tipo no Estado, com pelo menos 128 vítimas identificadas. Nem sempre é possível determinar imediatamente a origem da imagem que circula, o que torna o trabalho investigativo ainda mais desafiador.

A crescente preocupação com a segurança digital das crianças e adolescentes destaca a necessidade de medidas preventivas, como a educação sobre os riscos da internet, o uso de ferramentas de monitoramento e a promoção de um ambiente online mais seguro para os jovens.

Para denunciar casos de abuso sexual infantojuvenil, a população pode utilizar canais como o Disque 100 ou a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, disponibilizada pela ONG SaferNet Brasil.